Era assim o dia todo. Percorria vagarosamente os 15 metros que separavam a água do seu ponto de partida, virando todo o corpo ora para um lado, ora para o outro, à medida que dava mais um passo. Visto daqui parecia que se arrastava caminho acima mas, olhando bem, era com espírito de missão que avançava. E chegando lá acima, oh!, chegando lá acima podia olhar em frente e - ops! - tropeçar. E aí, nesse instante, tudo começava. Primeiro o frio que o queimava no peito alvo, depois a velocidade e o frio na cara. Quem visse de fora podia ver o sol polar a brilhar-lhe no dorso negro, húmido e reluzente. E quando a terra acabava, cchaaaaaa, mergulhava em estilo na água gelada. E, aproximando-se de novo da margem, pensava - como é bom escorregar no gelo!
Ele é Pat, o pinguim.