Tenho uma capacidade estonteante para armazenar inutlidades na minha memória que faz pandan (isto escreve-se assim?) mas ao contrário com a minha capacidade igualmente estonteante de me esquecer de coisas banais mas extremamente úteis no dia-a-dia como será que trouxe carro hoje?, onde é que pus o multibanco? (o meu problema não é com o multibanco, que esse sei muito bem onde está, o meu problema é, isso sim, com um cartãozinho que sou obrigada a mostrar para almoçar na minha entidade patronal e que nunca está naquela bolsinha da minha mala especificamente reservada para guardar o cartãozinho que sou obrigada a mostrar para almoçar na minha entidade patronal* mas achei que se dissesse só multibanco funcionava melhor com o público em geral) ou onde é que raio pousei o telemóvel?, esta última agravada pelo facto de me ter tornado adepta do telemóvel sem som, apenas com vibração, o que faz não só com que a sua busca seja assaz penosa como faz também com que tenha sempre de ouvir um raspanetezinho dos antigos sobre quantas vezes é preciso dizer-te para pores som nesse telemóvel?, mas sobre isso não vos quero eu maçar.
Quero antes maçar-vos com a mais recente aquisição das inutilidades armazenadas. Esta linda musiquinha.
* Sobre esta questão o problema não é só não saber onde está. É efectivamente perder o cartão. Depois de o deixar três vezes no mesmo sitío, a senhora que o recolheu optou por escrever o meu nome no cartão, para não perder tempo a descobrir de quem era. Nós, os que temos o nome escrito no cartão, somos uma pequena comunidade.