Eu também perdi os óculos.
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Só não foi na Gronelândia.
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E também não foi há 40 anos.
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Mas fora isso...
O aspecto desprezível que os vilões do 007 adquirem é uma coisa que me fascina. Aquilo é gente normal, até ali, até àquele dia. E depois é o que se vê, aquele aspecto que todos sabemos, que a todos nos marca e perturba.
Com as Bond Girls a coisa não se dá tão espectacularmente. Mas dá-se, ainda que ao contrário.
Depois há o James Bond em si mesmo. Aqui a coisa atinge outras proporções. Fazer de duplo zero sete tem que ser o papel de uma vida. Defendo mesmo que a pessoa não possa largar a personagem, em saindo do estúdio. Bond uma vez, Bond para sempre. É pegar ou largar. E aqui não me apetece dizer mais nada senão que este Bond é O Bond.
Enfim. É tudo demasiado bom. Agora vou descansar.
Este Luís Franco Bastos pode, em querendo, tornar-se muito irritante. Imagino-o atrás da irmã (isto são traumas meus que eu já estou para aqui a misturar) a repetir o que ela diz mas, não contente, em vez de usar a sua voz, o seu timbre, não, usa a voz dela. E a telefonar para os pais e a dizer coisas como se fosse ela e assim.
Muito cuidado com estes super-poderes. Isto nas mãos erradas e nem sei.
Há qualquer coisa neste filme. Não tivesse eu coisas para fazer, que tenho e não são poucas, eu sei que não parece porque eu trago sempre este ar fresco e jovial, pronto, esta boa disposição que eu não sei ser de outra forma, desde que me lembro que sou assim, mas a verdade é que eu tenho uma vida que isto é sempre para cá e para lá, uma lufa-lufa constante, nem queiram saber o que para aqui vai de afazeres e de responsabilidades, mas dizia eu, não tivesse eu coisas para fazer, que como disse tenho e muitas até mas também não sou pessoa de agora começar para aqui a maçar as pessoas com a minha vida, não, não, nem pensar, a mim não me apanham nessa que isto cada um sabe de si e é mesmo assim, ninguém tem nada que ficar aborrecido com estas coisas, qual quê, não, nada disso, não ...eeeeh, mas, isto para quê?, pois, para dizer que agora não posso, que não me calha em caminho, mas, se pudesse - se pudesse - ia visionar novamente a película. Mas não posso, agora não posso e mais logo também não devo poder. Mas gostei muito. Bravo.
*Inicialmente escrevi Porcurado no título deste post e devo dizer que fiquei a olhar, achando que havia qualquer coisa que não estava bem. Mas não percebia o quê. Pro-cu-ra-do, repetia eu. Está bem. Deve ser impressão. Mas não era. Estava mal. Situação prontamente corrigida, mesmo antes de chegar aos leitores. Eficiência é o que isto se chama na gíria.
Wesley: [voice-over] It's my anorexic boss' birthday. This means there's a certain amount of inter-office pressure to stand around the conference table, eating crappy food and pretending to worship her. Acting for five minutes like Janice doesn't make all our lives miserable is the hardest work I'll do all day.
Procurado, 2008
Se fosse possível, claro. Se não incomodar. É possível, então?
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Não dizem nada. Não sei se...
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É que Incomodar é que não.
...
Não incomodo, portanto?
...
não?
...
?
...
Então, tá.
Queria só dizer que a melhor comédia romântica que eu conheço - tirando os momentos altos e médios desse grande senhor Hugueguerante - é a película que no nosso português se intitula "A minha namorada tem amnésia". Pior nome, era possível. Posso garantir-vos que era e eu sei que era porque já me debrucei sobre isso. Por exemplo, se a palavra furúnculo tivesse sido usada no título. Duas vezes. Aí ficávamos pior. Pouco pior, é certo, mas ainda assim pior. Mas não nos percamos nos detalhes. Percamo-nos na banda sonora, que é tão, mas tão mais divertido.